- Acessibilidade
- A-
- A
- A+
Parintinense, nascido em janeiro de 1955, Carlos Magno, mais conhecido com Carlinhos Pato, um dos principais compositores da história do boi-bumbá Caprichoso, autor de toadas esplendidas repassadas de geração a geração, homem da voz rouca, pele morena e sempre a usar boné, relata em conversa descontraída, sobre sua vida, a paixão pelo Caprichoso e seus feitos de grande relevância na história do Festival de Parintins.
De raízes Caboclas e talento herdado de seu pai Isaias Costa, o Zazá, que foi o primeiro Amo do Boi Caprichoso, desde os 14 anos Carlinhos era crooner nos conjunto musicais dos bailes de Parintins e fez parte das bandas “Raízes da Terra”, “The Glad Boys” e “Canto Verde”.
Em 1973, aos 18 anos, fez sua primeira composição intitulada “Horizonte Caboclo”, composição esta que lhe rendeu o prêmio de 1º lugar no Festival da Canção Popular de Parintins. Mas, como sua paixão sempre foi o boi-bumbá, em 1984 Carlinhos decidiu se dedicar à composição de toadas, obtendo êxito e reconhecimento com suas duas primeiras toadas; “Caboclo Sonhador” e “Vaquejada”. No ano seguinte, em 1985, Carlos Magno foi Levantador de Toadas contribuindo no título de Campeão do Festival para o Touro Negro da América.
Carlos conta que na época tudo era diferente, não havia tanto luxo, tanta organização, mas o sentimento com certeza era mais forte e as raízes mais fincadas na cidade de Parintins.
Sua marca registrada como compositor eram as toadas que enalteciam os visitantes e as de desafio, que sempre foram um combustível nas disputas no Tablado. Toadas como “Sejam bem vindos os visitantes”, “Minha galera deita e rola”, “Caprichoso Formoso” e “Bizarria”, são algumas das mais famosas, cantadas até hoje no tradicional Boi de Rua e lembradas pelos brincantes mais antigos do Boi Caprichoso.
Mesmo não trabalhando diretamente com o festival, Carlos diz que atualmente a composição ainda está mais viva do que nunca em sua vida.
“Tenho várias toadas inéditas, mas sou um “toadeiro” de tradição, que está cada vez mais extinto no nosso festival, por isso prefiro manter todas elas guardadas por enquanto. Espero no futuro participar com mais reconhecimento e com a mesma emoção de antigamente”, fala o compositor.
Sempre entusiasmado e nostálgico, ele encerra cantando uma das mais famosas toadas de sua composição.
“Sejam bem vindos os visitantes que vem nos trazer o seu alô, alô. Alô pra quem traz a esperança, de azul seus olhos vão brilhar. Sorriso de uma criança vai fazer você cantar. Alô à morena bonita, alô pra quem vai chegar. Alô do Boi Caprichoso campeão desse lugar.”
Por Dandara Costa – Acadêmica de Comunicação Social/Jornalismo da Ufam